Mission accomplished:
Bruno de Carvalho e os seus mais fervorosos fãs conseguiram
a sua grande missão, de há dois anos para cá: vencer os inimigos internos, os
situacionistas, a corja, a promiscuidade, os conflitos de interesses e a continuidade. Batê-los e
tirá-los do Sporting.
Seria bom, para o SCP, que essa fibra também se
demonstrasse daqui para a frente contra os inimigos externos. É que bater o SCP
de Godinho Lopes ou o projecto de JPC é uma brincadeira de crianças quando
comparado com bater o Porto de PdC, o Benfica de Jorge Jesus e/ou o Braga de
António Salvador e Peseiro.Bruno de Carvalho, durante 2 anos, elevou imenso a fasquia. Cair-lhe-á agora a exigência em cima. Teve 2 anos para se preparar e os sócios informados, esclarecidos e verdadeiramente sportinguistas não tiverem dúvida nenhuma de que Bruno de Carvalho é a opção certa para o Sporting. Os outros (situacionistas, lambuças e/ou desinformados) farão a Bruno de Carvalho aquilo que os seus apoiantes fizeram a Godinho Lopes – não tolerarão erros, falhas, derrotas. Estarão sempre ao ataque.
Eu estou fora, porque o meu SCP não nasceu na madrugada de 23 de Março: o meu SCP (o nosso SCP, porque o de mais uns quantos) é o dos sócios. O que viveu bons e maus períodos, o que teve vitórias e derrotas, o que teve o JEB e o Godinho ou o que tem o Carvalho. O das direcções eleitas pelos sócios. O dos R & C aprovados pelos sócios. Identificar-me mais ou menos com o Clube não é um pormenor, mas não me leva a não aceitar as decisões (soberanas) dos sócios, a desvalorizar e insultar quem pensa diferente de mim ou a ver um Sporting «nosso» e um Sporting «deles».
Tenho actualmente uma professora no Ensino Superior, de
História Contemporânea, que me disse a semana passada: «aquilo que tem mais
medo, no mundo, é das pessoas que têm certezas e não têm dúvidas». O BdC não
teve nem tem dúvidas. Os seus apoiantes estão tão seguros que não concebem –
nem nunca conceberam – que possam estar errados, e que os outros tenham razão.
Tenho medo que tenhamos eleito um “mini-ditador”, suportado por outros
mini-ditadores. Um
«José Sócrates», com a oratória, o populismo, a demagogia, a inflexibilidade e
a incapacidade. Mas cá estarei e respeitarei a vontade dos sócios. Pelo
Sporting.. sempre!
«Agora mandamos nós. O
Sporting é nosso outra vez» (Bruno de Carvalho)
Ou o Sporting só é nosso quando i) ganha; ii) tem um
candidato com um discurso popular; iii) está eleito o verdadeiro representante
do verdadeiro SCP.
Quando o SCP perde ou empate, é o Sporting «deles». O
Sporting «deles» é medíocre e pouco ambicioso. O Sporting «deles» é escolhido
pelos interesses, o nosso pelos votos de verdadeiros sportinguistas.
Ou, numa síntese, o Sporting só é “nosso” quando os sócios
“acordam” e votam em quem, com menos de 60% dos votos, é o seu único e
verdadeiro representante.
Para quem não “ganhou por goleada”, começar com um discurso
divisionista (entre os sócios que hoje elegeram BdC e os que anteriormente
votaram na “corja”; ou mesmo entre Clube e bancos) é capaz de não ser boa
ideia. E obriga a ganhar: caso contrário «eles» - os outros sócios e a banca -
são capazes de ter pouca tolerância às derrotas e empates.
«A formação por si só
não vai chegar para a grandeza do Sporting (…) Se há reforços identificados?
Algumas coisas…» (Augusto Inácio)
Será que AI conhece a folha de vencimentos dos actuais
jogadores com que o SCP tem contrato (no plantel, na formação e actualmente
emprestados a outros clubes)?
Será que AI já sabe que treinador terá o SCP na próxima
temporada? Não é capaz de ser melhor primeiro focar-se na questão do treinador
(é capaz de ser bem pensado não contarem com o JF…) e só depois debruçar-se
minimamente sobre possíveis reforços? São, por tudo, declarações prematuras e pouco responsáveis.
De qualquer forma, como diz um meu amigo sportinguista, as
esperanças (a existirem) residem em Virgílio Lopes. Porventura também no Tomaz
Morais (apesar de o futebol não ser a sua “praia”) e o incógnito da
Academia (dependendo de quem seja). O resto, para o positivo, pouco conta.
Reinventar o que o
SCP faz bem
Li, no FórumSCP, que se falava do Bento Valente como aposta
do JPC para a formação do Sporting. A importância de se melhorar e reinventar não
é real apenas nas áreas em que o Sporting trabalha mal, é também nas áreas em que
o Sporting pode trabalhar melhor.
As estruturas devem mudar, mas partir com ideias feitas e
inalteráveis para o Clube, por várias razões, é capaz de ser pouco
recomendável. Sob pena de se mudar para pior, com custos (desportivos e financeiros)
difíceis de ultrapassar.