Escrevi isto na minha
última mensagem aqui no blogue, há 21 dias atrás. É portanto natural que esteja
satisfeito com a escolha de um gestor técnico para o futebol do Sporting – não podem ser os advogados, os jornalistas e os gestores
financeiros a tomar opções de carácter futebolístico (terão porventura – não
todos – competências para gerir outras áreas, para tomar outro tipo de
decisões: o Sporting é um universo grande mas com especificidades que só quem as domina pode fazer nelas um bom trabalho).
Há um problema neste novo
modelo: a situação actual é para ele pouco propicia. Presumimos, porque não o
sabemos, que o treinador Vercauteren veio para o Sporting preencher
determinadas funções e não esperaria a vinda de alguém que interferisse com o
seu trabalho. Jesualdo fá-lo-á: as declarações de Godinho Lopes do próprio
assim indicam. Esperemos que exista sensibilidade para que o novo coordenador
do futebol do Sporting e Vercauteren não choquem – trabalharem em conjunto
parece-me ser, por si só, um desafio (a qualidade do trabalho será outra
questão).
Passamos então do novo
modelo (e do contexto em que surge) para o novo coordenador de futebol, Jesualdo Ferreira.
O ponto inicial que realço
é a capacidade revelada por Godinho Lopes de ouvir os outros (ou melhor, mais
que ouvir os outros, ouvir/ter em conta a opinião de pessoas inteligentes e conhecedoras do que falam - é um bom princípio).
Sigamos para a assertividade da escolha de JF. Não conheço profundamente Jesualdo, e talvez
por isso (ou não) tivesse outros preferidos para o cargo. Mas conheço minimamente o
trabalho que costuma desenvolver no futebol – e esse é bom, sem ser brilhante.
Sabe organizar e estruturar equipas no campo, conhece a realidade em que vai
trabalhar. Estudou o futebol de forma aprofundada, e isso, ainda que não sendo
garantia de nada (pode-se conhecer as bases, não se sabendo muita
coisa; tal como se pode conhecer a teoria sem se fazer ideia de como a
aplicar à prática – não me parece ser o caso), é positivo.
Espero, portanto, duas
coisas:
1) Que Jesualdo Ferreira consiga relacionar-se bem e trabalhar em conjunto com as equipas técnicas das equipas de futebol do Sporting (sobretudo com a da equipa principal), ajudando-a e sendo assim também ajudado por ela
2) Que dessa cooperação e boa relação resulte um trabalho profícuo e transversal às várias equipas de futebol do Sporting
1) Que Jesualdo Ferreira consiga relacionar-se bem e trabalhar em conjunto com as equipas técnicas das equipas de futebol do Sporting (sobretudo com a da equipa principal), ajudando-a e sendo assim também ajudado por ela
2) Que dessa cooperação e boa relação resulte um trabalho profícuo e transversal às várias equipas de futebol do Sporting
O momento é muito
complicado, e Jesualdo Ferreira não é garantia de ser o que o Sporting precisa
para dar um rumo ao seu futebol. Mas poucos – ou nenhuns – o seriam. E, entre as que conheço, não seriam muitas as pessoas mais habilitadas para tal cargo que o prof. Jesualdo Ferreira.
É o regresso
da coordenação do futebol do Sporting a figuras que o dominam. A pessoas que estão
simultaneamente na sua vertente teórica e prática há muito tempo. E isso - ainda que não chegue - já é muito.